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Julgamento acabou na noite deste domingo (8) e durou cinco dias. Ministério Público do Acre divulgou que irá recorrer da decisão. Advogado da família de Cauane afirmou que vai pedir anulação do júri. Policiais militares enfrentam júri popular por morte de três pessoas durante operação no AcreReproduçãoApós cinco dias de julgamento, os cinco policiais militares acusados de matar Maria Cauane, de 11 anos, Gleiton Silva Borges e Edmilson Fernandes da Silva Sales, em maio de 2018, durante uma operação policial no bairro Preventório, foram absolvidos pelo júri popular. O julgamento terminou na noite do último domingo (8), na 1ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar da Comarca de Rio Branco. O Ministério Público do Acre (MP-AC) divulgou, ainda na noite de domingo (8), que irá recorrer da decisão. O advogado da família de Cauane, Walisson dos Reis Pereira, informou que vai pedir a anulação do júri.???? Participe do canal do g1 AC no WhatsApp???? Contexto: Os três foram mortos por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) há mais de seis anos. Na época, o Bope disse que a menina já estava baleada, versão contestada pela família, que disse que o tiro que atingiu ela partiu de um fuzil da PM, fato também apontado em laudo feito em agosto daquele ano. Familiares e amigos fizeram um ato, um ano depois, em frente ao comando-geral da PM para pedir a prisão dos responsáveis pela morte da menina.Os acusados foram ouvidos no último sábado (7) na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco. O g1 apurou que os réus foram orientados pela defesa a não responder perguntas do Ministério Público Estadual (MP-AC). Com isso, apenas a defesa, o juiz e os jurados tiveram as perguntas respondidas. O promotor do MP-AC, Carlos Pescador, disse que o resultado do júri foi contrário às provas e que o Ministério Público conseguiu, segundo ele, provar como os fatos se deram."Infelizmente, até muito por conta da violência vivida no Estado, os jurados tiveram por bem absolver. Eu entendo, enquanto membro do Ministério Público, que essa decisão não reflete o desejo da grande maioria das pessoas do Estado do Acre de que nós tenhamos uma polícia assim, forte, atuante. Mas uma polícia que respeite os direitos das pessoas. Não se combate crime praticando mais crimes", disse.A defesa disse que o resultado já era esperado. "O resultado final é exatamente o resultado de todo isso, de todo um trabalho de cinco dias, exaustivamente trabalhado a prova, explorado os depoimentos, então no final a verdade e a justiça prevaleceu", disse.LEIA TAMBÉM:Família pede Justiça no 1º dia de julgamento de policiais acusados por três mortes no AC: 'Tiraram uma vida muito preciosa', diz pai de vítimaApós 3 anos, família de menina morta com tiro de fuzil em ação do Bope no AC pede justiça: 'processo não anda'No Acre, 15 pessoas são ouvidas em audiência de menina de 11 anos morta em ação do BopeFamília diz que tiros que mataram 3 pessoas, entre elas uma criança de 11 anos, foram disparados pela polícia no ACJustiça decide que policiais do Bope acusados de matar menina com tiro de fuzil não vão a júri: 'coração sangrando', desabafa o paiA sequência de depoimentos foi da seguinte forma:Antônio de Jesus Batista - 3º sargentoAlan Melo Martins - 3º sargentoJosemar Barbosa de Farias - major da reserva Wladimir Soares da Costa - 2º sargento Raimundo de Souza Costa - 2º sargento Após o depoimentos dos militares, o juiz Robson Aleixo iniciou a fase de debates, com o representante do MP-AC, promotor Carlos Pescador, começando. Em seguida entrou a defesa, depois a réplica do MP-AC e tréplica da defesa. Julgamento de PMs acusados de matar três pessoas chega ao 3º diaJúri e depoimento de deputadoO júri popular dos quatro sargentos e um major da PM-AC iniciou na última quarta (4). O julgamento começou com o depoimento das testemunhas de acusação, sendo ouvidas 18 pessoas entre quarta e quinta (5), dentre essas testemunhas os três sobreviventes baleados na operação.Já na sexta (6), as testemunhas de defesa, totalizando 13, foram interrogadas sobre a operação da PM no bairro Preventório. O g1 apurou que, neste dia, o deputado federal Coronel Ulysses (União) depôs a favor dos réus. No final de 2019, ele assumiu o comando-geral da PM-AC, onde ficou oito meses no cargo. Foram ouvidas cerca de 30 testemunhas, sendo 13 de defesa e 17 do MP. Maria Cauane foi morta aos 11 anosArquivo pessoalAcusados respondem por outros crimesJosemar de Farias, que a época do crime era tenente do Batalhão de Operação Especiais (Bope), foi condenado em junho de 2021 por integrar organização criminosa e a perda da função. Contudo, como a sentença não transitou em julgado, o militar segue no quadro da PM-AC. Em 2022, Farias foi absolvido dos crimes de peculato, corrupção passiva e prevaricação. Atualmente ele está na reserva, foi promovido ao cargo de capitão e depois a major. Já Alan Martins também estava envolvido no acidente que matou Silvinha em maio de 2019, na Estrada Dias Martins, em Rio Branco. O carro do policial bateu na motocicleta em que estava a mulher e o marido. Os três ficaram feridos durante o acidente.O casal ia ao supermercado fazer compras para comemorar o aniversário de uma das filhas quando aconteceu o acidente. Em junho de 2022, o juiz Alesson Braz, da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar de Rio Branco, decidiu pela pronúncia dele e o policial vai responder pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio em júri popular. O júri deve ocorrer em abril de 2025. Três pessoas foram mortas durante operação do Bope em maio de 2018Arquivo pessoalReveja os telejornais do Acre