O Orçamento de 2025, aprovado pelo Congresso Nacional, destina R$ 50,4 bilhões para emendas parlamentares, sendo R$ 7,3 bilhões na modalidade de transferências especiais, conhecidas como "emendas Pix". Esse modelo permite a destinação direta de recursos da União para estados e municípios sem necessidade de convênios ou aprovações técnicas prévias.
As "emendas Pix" são transferências diretas de recursos para estados e municípios, sem exigência de justificativa detalhada ou fiscalização prévia do governo federal. Isso agiliza a execução de projetos locais, mas também levanta preocupações sobre a rastreabilidade e o controle do dinheiro público.
Nos últimos anos, a destinação de recursos por meio desse mecanismo tem aumentado. Em 2024, o volume de emendas Pix foi de R$ 8,2 bilhões, enquanto em 2023 o valor foi de R$ 7,09 bilhões. O crescimento desse tipo de transferência tem sido alvo de questionamentos sobre transparência.
De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), aproximadamente 86% das emendas parlamentares dos últimos seis anos foram executadas via transferências diretas. No entanto, apenas cerca de 19% dessas permitem rastrear o percurso do recurso desde o autor da emenda até o beneficiário final. Essa falta de transparência dificulta o controle sobre o uso do dinheiro público e aumenta os riscos de mau uso dos recursos.
Diante dessas preocupações, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que estados e municípios apresentem planos de trabalho prévios para a aplicação dos recursos. Além disso, o ministro Flávio Dino homologou novas diretrizes para a execução dessas emendas, visando aumentar a rastreabilidade e garantir um controle mais rigoroso sobre os gastos.
A implementação dessas novas medidas busca equilibrar a necessidade de agilidade na liberação dos recursos com a transparência e o controle do dinheiro público. O debate sobre as "emendas Pix" deve continuar, especialmente no contexto das eleições municipais de 2024, onde o uso desses recursos pode influenciar a política local.