A propaganda era bonita: "Sena vai continuar mudando." Mas, pelo visto, a única coisa que mudou foi o slogan. O prefeito Gerlen Diniz, que chegou ao poder com discurso de renovação, manteve boa parte dos funcionários da gestão anterior — sim, aqueles mesmos que ele e sua base criticavam — e deixou de fora justamente quem suou a camisa, balançou bandeira e acreditou no projeto de mudança.
O sentimento de abandono toma conta de muitos aliados que se jogaram de corpo e alma na campanha passada. Fizeram caminhada, perderam horas em reuniões, investiram o pouco que tinham em gasolina, panfleto, camiseta — e agora olham para a prefeitura do lado de fora do balcão, vendo ex-mazinhistas ainda nomeados e recebendo seus salários tranquilamente.
Enquanto isso, o caos toma conta da cidade. Saúde precária, ruas esburacadas, fornecedoras sem pagamento, e um comércio local sufocado pela inadimplência do poder público. Mas tem gente que parece que vive em outra realidade: Roselão, o homem de confiança da gestão, vive desfilando em carretas, viajando pelo país como se Sena estivesse na Suíça.
A pergunta que ecoa entre os insatisfeitos é só uma: "Foi pra isso que a gente fez campanha?" Porque até agora, o tal "novo tempo" parece só beneficiar quem já estava mamando antes. E quem apostou na mudança, continua na arquibancada, vendo o mesmo jogo velho, com os mesmos jogadores, só com a camisa diferente.
Sena mudou? Mudou sim: de esperança pra frustração. E enquanto isso, quem acreditou no sonho continua esperando que, algum dia, Gerlen cumpra o que prometeu.