Movimentação ocorre nos bastidores do Congresso e já preocupa a cúpula do Progressistas, que tenta evitar debandada antes das eleições municipais.
Deputados federais do Progressistas (PP) insatisfeitos com os rumos da legenda têm articulado uma saída coordenada em direção ao Partido Liberal (PL). O grupo, que se identifica com as pautas bolsonaristas, vê no PL um ambiente mais alinhado com suas convicções políticas e eleitorais.
Ao menos oito parlamentares já manifestaram, em conversas reservadas, o desejo de deixar o PP. Embora ainda evitem declarações públicas, os nomes circulam nos bastidores e incluem deputados da chamada "bancada conservadora", que tem cobrado da direção nacional do PP uma postura mais firme na oposição ao governo Lula.
As tratativas estão sendo conduzidas com discrição, mas incluem reuniões com dirigentes do PL e parlamentares próximos a Jair Bolsonaro. A ideia seria inflar ainda mais o partido que se tornou a principal sigla da oposição, garantindo palanques fortes para 2026 e já mirando as eleições municipais deste ano.
Dirigentes progressistas tentam conter a crise com acenos à base bolsonarista. A legenda, que já abriga quadros ligados à direita, busca manter coesão interna e evitar rupturas que fragilizem a sua presença no Congresso. Nos bastidores, há quem defenda uma "reaproximação pragmática" com o ex-presidente.
Caso a debandada se confirme, o PL reforçará ainda mais sua posição como polo da oposição e poderá ampliar sua bancada na Câmara. A movimentação também reacende o debate sobre federações partidárias e janela de migração, com foco na fidelidade e coerência ideológica.
A crise no PP expõe a disputa pelo protagonismo da direita no Brasil e pode redesenhar alianças até 2026. A ala bolsonarista pressiona por espaço e ameaça abandonar o barco caso a sigla mantenha uma linha considerada "tímida" frente ao governo federal.