Mães de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) denunciaram, na última segunda-feira (7), supostas irregularidades nos serviços prestados pelo Instituto Unimed Terapias, vinculado à Unimed, junto à 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Acre.
As denúncias incluem interrupções frequentes nas sessões terapêuticas, algumas chegando a durar até 30 dias, devido a férias, cursos e licenças dos profissionais, sem reposição adequada das sessões perdidas. As mães alegam que essas interrupções têm causado prejuízos significativos no desenvolvimento de seus filhos.
Além disso, foram apontadas outras práticas questionáveis, como a atualização anual do Plano de Ensino Individualizado (PEI), a realização de sessões grupais em detrimento do atendimento individualizado necessário e a exigência de assinatura de duas guias de sessões de terapia mesmo quando apenas uma é realizada. As mães relataram que, ao questionarem essas práticas, foram coagidas e ameaçadas com a suspensão do atendimento, mesmo estando com os pagamentos em dia.
Patrícia Martins, uma das mães envolvidas, afirmou que a busca pelo Ministério Público ocorreu após tentativas frustradas de diálogo com a gestão do Instituto Unimed Terapias. Ela destacou que a administração do instituto não demonstrou disposição para receber coletivamente as mães e discutir as questões apresentadas.
Em resposta, a Unimed Rio Branco informou que seus canais de atendimento estão disponíveis para acolher individualmente os beneficiários, respeitando as necessidades específicas de cada paciente e em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A operadora disponibilizou os seguintes canais de atendimento: telefone 0800 772 0045, WhatsApp (68) 2106-4510 ou atendimento presencial na Sede Administrativa, localizada na Rua José de Melo, 418 – Bairro Bosque.
Casos semelhantes foram registrados em outras regiões do país. Em Salvador, por exemplo, mães de crianças com TEA realizaram manifestações contra a Unimed, denunciando mudanças nos locais de tratamento para clínicas sem a devida especialização e descumprimento de ordens judiciais que garantiam terapias adequadas.
As mães afetadas aguardam providências das autoridades competentes para assegurar que seus filhos recebam o tratamento adequado e contínuo, essencial para o desenvolvimento e bem-estar das crianças com TEA.